OBJETIVO GERAL
Realizar descrição, análise e documentação de línguas, linguagens, literatura e estudos das diversidades culturais de ribeirinhos, imigrantes, feirantes, quilombolas, indígenas e surdos, entre outros matizes que produzem discursos relativos a diferentes diásporas e práticas socioculturais dos ambientes amazônicos, partindo de diferentes posições epistemológicas e visando à melhoria da qualidade dos mestrados acadêmicos em letras das instituições Universidade Federal de Rondônia, Universidade Federal do Pará e Universidade Estadual do Mato Grosso para a promoção de interações científicas e acadêmicas na construção de uma rede de cooperação voltada para o equilíbrio regional da pós-graduação dos Estados da região norte e do Mato Grosso.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Avançar no processo de descrição linguística de variedades do português brasileiro e de outras línguas faladas na região amazônica, incluindo-se línguas indígenas, línguas de fronteira e imigração e línguas de sinais.
II. Documentar saberes tradicionais de ribeirinhos, barbadianos, feirantes, quilombolas, indígenas e surdos essenciais para o avanço de pesquisas sobre esses grupos, inclusive aqueles voltados para a descrição de suas línguas.
III. Analisar as formas de representação de ribeirinhos, barbadianos, feirantes, quilombolas, indígenas e surdos em textos literários, nas artes plásticas e em outros produtos culturais contemporâneos.
IV. Analisar as formas de incorporação de variedades amazônicas do português no ensino de língua materna, bem como a incorporação de outras línguas (indígenas, de imigração, de sinais) em experiências de escolarização específicas.
V. Identificar pontos fortes e pontos fracos nos processos de ensino e aprendizagem voltados para esses grupos e apresentar propostas concretas de melhorias (como a produção de materiais didáticos, a realização de experiências de ensino etc.).
VI. Promover qualificação e discussões entre docentes e discentes envolvidos no projeto, assim como entre os professores e os integrantes das comunidades de falantes, em ações de avaliação e planejamento linguístico necessários à formatação da proposta do curso de formação de professores em contextos de ensino de línguas na Amazônia.
VII. Discutir os fundamentos teóricos necessários à organização de um ensino de línguas considerando as peculiaridades locais e regionais, de modo a demonstrar como o conhecimento produzido pela descrição linguística pode ser integrado à elaboração de programas de ensino, currículos e práticas escolares.
VIII. Possibilitar a reflexão e o estudo teórico acerca da intersecção entre o local (regional), o nacional e o estrangeiro expressos pela literatura.
IX. Discutir o status de utilização da literatura destinada aos deficientes auditivos e visuais na região.
X. Identificar e problematizar particularidades do estético na produção literária da região Amazônica.
XI. Identificar e analisar aspectos da cultura de língua portuguesa e hispano- américa, incluindo a produção na região mato-grossense, com foco no teatro e no cinema, a partir de uma visão de homem e sociedade.
XII. que recupere os valores da tradição em confronto com a modernidade, assim como os avanços da contemporaneidade em que vivemos.
XIII. Investigar o Romance e a poesia de língua oficial portuguesa e hispano- américa, a partir da perspectiva comparatista, incluindo a produção literária em Mato Grosso, pautando-se nas teorias e críticas pertinentes e corpus que estejam organizados sobre autores e obras canônicos e não canônicos, no intuito de reavaliar o corpus existente e aqueles em plena efervescência do fenômeno literário atual.
XIV. Verificar e avaliar as relações entre a literatura e a imprensa nos países de língua oficial portuguesa, incluindo a região de Mato Grosso, para traçar um percurso entre o passado e o presente, das relações históricas entre os países, envolvendo os contextos coloniais e pós-coloniais, assim como a evolução da escrita literária e da imprensa ao longo dos processos históricos.
XV. Estabelecer parâmetros de avaliação da literatura não canônica pelo viés estético.
XVI. Avançar a pesquisa a partir do que já foi levantado sobre a narrativa de resistência na Pan-Amazônia com vistas a fortalecer e refinar as bases das vertentes já observadas.
XVII. Identificar e ampliar a pesquisa sobre a literatura indigenista em circulação no país e, mais especificamente, mapear quem são os produtores de literatura indigenista na Amazônia brasileira.
XVIII. Promover discussões sobre a literatura afrodescendente e indigenista, com vistas a qualificar e formar professores que irão atuar na Amazônia.